Melhores de 2009 (João Ricardo Branco)
2. Gran Torino (Clint Eastwood)
3. Two Lovers (James Gray)
4. Inglourious Basterds (Quentin Tarantino)
5. The Wrestler (Darren Aronofsky)
6. Redbelt (David Mamet)
7. The Hurt Locker (Kathryn Bigelow)
2009 não foi propriamente um ano com muitos filmes memoráveis (eis a razão por que me fiquei por um TOP7), mas pelo menos os quatro primeiros da lista estão entre o que de melhor se fez ao longo da década.
Se o Cinema é a Arte da memória e o Acto de preencher com imagens o vazio que carregamos dentro de nós, então só «The Curious Case of Benjamin Button» poderia ser o meu filme de 2009, pois não houve em todo o ano obra que me tenha preenchido tanto ou que me tenha gravado tantas e tão boas memórias. Memórias das imagens projectadas no grande ecrã e memórias do acto de ser espectador nas três vezes que vi o filme em outras tantas salas de Cinema.
A minha preferência pelo filme é, pois, essencialmente de ordem afectiva. Mas há também razões eminentemente cinematográficas que justificam em pleno esta escolha. Por exemplo: o modo como David Fincher, no auge da sua maturidade artística, erige um verdadeiro e intemporal colosso narrativo feito de imagens em que o plasticamente belo se dilui numa delicada teia de emoções, sempre harmoniosamente em crescendo até ao arrebatador final; a perfeição técnica de todos os elementos essenciais; a forma como a depuração das imagens e a sublimação do acto de realizar nos devolve esse lado primordial de exaltação do Cinema pela história, como no grande Cinema clássico; a inesquecível interacção entre Pitt e Blanchett, quase milagrosos em todas as cenas em que contracenam…
Nota ainda para: «Gran Torino», o genuíno e comovente testamento cinematográfico de Eastwood; «Two Lovers», o triângulo amoroso que James Gray transforma em brilhante ópera trágica; e «Inglourious Basterds», a vibrante aventura de Tarantino sobre o poder explosivo do Cinema.