27.5.08

O Homem que Viveu Duas Vezes


Como poderão ter notado os mais atentos, a secção de links tem um novo blogue. O membro do Claquete e pioneiro da blogosfera de cinema em Portugal, Nuno Gonçalves, lançou O HOMEM QUE VIVEU DUAS VEZES que vem tomar o lugar do agora encerrado Mulholland Drive.

O espaço, de excelente qualidade gráfica, tal como o autor nos habituou, é pontuado agora por textos e complementos multimedia mais libertos do formato apertado da simples crítica, opção que até ao momento se revela certeira.

Vale a pena passar por.

PS - Apesar da sua devoção irracional por esta senhora só ser ultrapassada pela deste blogue, e de já ter recomendado o seu internamento no Júlio de Matos como medida necessária, sou amigo do Nuno, por isso aqui fica o disclaimer.

SYDNEY POLLACK (1934-2008)

23.5.08

Três Semanas


As expectativas sobem cada vez mais e, depois da desilusão que foi Indiana Jones, só Shyamalan poderá salvar a época. E é difícil acreditar que não o fará.

21.5.08

Rembrandt, o guna holandês


Já há algum tempo que não se via tão estuporante exercício de masturbação intelectual como o novo filme de Peter Greenaway, A Ronda da Noite. De um pretensiosismo nauseabundo apenas superado pela total isenção de mise en scene, caracterizado pelo mais inacreditável artificialismo auto-congratulatório. Cenas dispersas sem sentido dramático, quadros bacocos ridiculamente a passarem por imagens pulsantes, um argumento inenarrável na forma como tão descoordenadamente pavoneia restos mortais do que possivelmente seriam personagens. E a pior interpretação dos últimos anos por Martin Freeman, que no seu retrato de Rembrandt invoca a chungaria dos amigos ciganos de Brad Pitt em Snatch. A mais flatulenta das flagelações cinematográficas.

Banda sonora para filme sem imagens


I've always wanted the string quartet to be vital, and energetic, and alive, and cool, and not afraid to kick ass and be absolutely beautiful and ugly if it has to be. But it has to be expressive of life. To tell the story with grace and humor and depth. And to tell the whole story, if possible..."

David Harrington

Grande concerto o do Kronos Quartet, ontem no Centro Cultural de Belém!

Ao vivo, para além do virtuosismo técnico irrepreensível do quarteto (enquadrado num jogo de luzes majestosamente sóbrio), agora mais do que nunca um verdadeiro ensemble e não apenas um projecto liderado por David Harrington, confirma-se a altíssima carga cinematográfica da sua música, bem patente no facto de nem sequer terem sido ouvidos na noite de ontem os temas compostos por Clint Mansell para o Kronos em The Fountain e Requiem For a Dream e, ainda assim, se conseguir atribuir a cada peça imagens de um filme imaginário, de vários filmes!

Foi esse o principal trunfo do espectáculo - o Kronos Quartet é hoje uma força musical internacional, com compositores de todo o mundo constantemente a criarem obras específicas para o quarteto, e isso reflectiu-se ontem, com sonoridades dos Balcãs (...hold me, neighbour, in this storm... arrepiou no seu intimismo épico), do México ou da Índia a contaminarem um classicismo que, quando apresentado na sua forma mais pura (The Beatitudes, de Vladimir Martynov - que bem que esta música ilustraria um épico sentimental!), também deslumbrou. A presença de Rokia Traoré, outra sólida voz do prolífico Mali, combinou na perfeição com as cordas dolentes do quarteto, e provou que não há limites geográficos para a qualidade da sua música.

A juntar a esta transversalidade a nível do espaço, o Kronos também dominou na gestão do tempo, não apenas do tempo estritamente musical - veja-se a importância dada ao silêncio e ao virar das páginas das partituras nas peças apresentadas - mas também da própria evolução temporal dos géneros, irrompendo o experimentalismo entre momentos mais clássicos como no tema de John Zorn, ou sendo dado protagonismo às electrónicas ambientais de Amon Tobin noutro momento alto da noite. Um verdadeiro tubo de ensaio, portanto, em que espaço e tempo, físico e mental, se misturam num processo de constantes descobertas e reinvenções.

Só faltou mesmo a versão ao vivo de Death Is The Road To Awe, prometida em entrevista recente, mas após quatro temas em encore que culminaram com uma magnífica versão de Sigur Rós (!) atingiu-se um estado de encantamento que, coisa rara, conseguiu que o filme imaginado enquanto assistia ao concerto se prolongasse para além daquela sala, ecoando as suas imagens até...

[Fade out]

Raiders of the Lost Ark: Luz e Sombra (II)

18.5.08

Interessante Decepção


Interessante perspectiva sobre a imagem, as suas múltiplas verdades e o papel central que tem na definição da relação do homem moderno (ou pós-moderno, como alguns preferirão) com o(s) outro(s). O banquete de sangue é, claro está, servido no cenário apocalíptico de mortos que regressam à vida, a imagem de marca de Romero.

A ideia de adoptar uma perspectiva de ultra realismo, buscando imagens de câmaras amadoras é recente mas nada inovadora, bastando lembrar os ainda frescos Redacted e Cloverfield. Configurava-se, no entanto, como o dispositivo ideal para Romero voltar à utilização do filme de zombies como objecto de reflexão e crítica social, coisa que vem fazendo como ninguém desde o clássico Night of the Living Dead (1968) até ao excelente Land of the Dead (2005).

É assim com pena que se vê, demasiadas vezes, o discurso sobrepor-se à imagem, a mensagem aos acontecimentos, numa vontade panfletária que cresce exponencialmente com o aproximar do final, acabando por se sobrepor a tudo e comprometer a crueza e as virtudes ponto de vista escolhido. O exemplo mais notório e progressivamente irritante é a voz off do personagem feminino, interpretado por uma actriz limitadíssima, que começa por ser pertinente para acabar a explicar significados de acções e imagens. E, como regra de polegar, um filme está sempre em apuros quando precisa de narração para explicar o que montagem não consegue. Haverá excepções, mas não muitas.

Diary of The Dead é assim um filme menor de Romero, que também os há. O talento do artista percebe-se a léguas, mas a diferença entre o objecto resultante e aquilo que poderia ter sido deixa à tona um sentimento de decepção.

Raiders of the Lost Ark: Luz e Sombra (I)

15.5.08

Génio


Não me lembro de nenhuma caixa da Criterion com aspecto exterior tão pouco cuidado e feito às três pancadas. Mas também não me lembro de nenhuma cujo conteúdo seja composto por três filmes deste nível de transcendência. Depois de me ter submetido, já há algum tempo, a uma das experiências cinematográficas mais extasiantes de que me lembro, com Ordet, pude entretanto verificar que as restantes obras que vêm nesta caixa, embora pessoalmente não tenham o mesmo significado, não estão num patamar inferior de genialidade.

Aproveito este post para lembrar que em Julho há mais Dreyer na Criterion, com o lançamento de uma edição de dois discos de Vampyr com nova transferência restaurada.
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Clicar na imagem para detalhes da edição.

11.5.08

OH MY GOD!


O visual é kitsch e falso para lá de tudo o que se podia imaginar. As interpretações não são dignas desse nome, mesmo as dos nomes respeitáveis. O pretexto de história parece ter sido redigido por um aluno da primeira classe. A banda sonora, que não se silencia por um segundo, é repetitiva e irritante ao ponto de convidar ao assassinato de massas. O comic-relief constituído por uma criança rechonchuda e um macaco inteligente parece recuperado de um mau serial dos primórdios do cinema. O sentido de espaço e composição de plano não existe. As leis da física são as mesmas do Captain Tsubasa aplicadas a automóveis. É, em suma, a pior tentativa de blockbuster desde que existem blockbusters, algo que parece produzido por uma mente sob a influência de uma overdose de uma mistura radical e muito poderosa de crack e LSD.

Em abono da verdade, tudo o que escrevi não faz justiça à experiência verdadeiramente única é Speedracer. Um filme para marcar, ou melhor, traumatizar, uma geração.

Do outro lado de Sunset Boulevard

Raras vezes a era de ouro de Hollywood foi descortinada de forma tão franca como nesta clássica entrevista de Bette Davis a Dick Cavett quando a lenda tinha 63 anos. O resto da entrevista pode (e merece) ser vista aqui.

10.5.08

5 Westerns, 5 Canções - II

My Riffle. my pony and me
(letra e música de Dimitri Tiomkin; cantada por Dean Martin e Ricky Nelson)




The sun is sinking in the west
The cattle go down to the stream
The redwing settles in the nest
It's time for a cowboy to dream
Purple light in the canyons
That's where I long to be
With my three good companions
Just my rifle, pony and me
Gonna hang my sombrero
On the limb of a tree
Comin´ home sweetheart darlin´
Just my rifle, pony and me
Whippoorwill in the willow
Sings a sweet melody
Riding to (Riding to) Amarillo (Amarillo)
Just my rifle, pony and me
No more cows (no more cows) to be ropened (to be ropened)
No more strays (No more strays) will I see
Round the bend (round the bend) she'll be waitin´ (she'll be waitin´)
For my rifle, pony and me
For my rifle, my pony and me

9.5.08

Criterion adere ao Blu-Ray


Embora há já alguns meses aguardasse esta notícia, espero que os preços para as edições Blu-Ray não subam consideravelmente face às edições DVD.

The leading distributor of classic cinema on DVD has gone Blu, with the Criterion Collection announcing the release of their first high-def titles beginning in 2008.

Blasting out of the starting gate strong, Criterion has confirmed via their official email newsletter that they have hand-picked over a dozen initial titles to receive the Blu-ray treatment, with the first releases due by the second half of the year.

The thirteen titles confirmed to be a part of Criterion's first Blu-ray wave include: 'The Third Man,' 'Bottle Rocket,' 'Chungking Express,' 'The Man Who Fell to Earth,' 'El Norte,' 'The 400 Blows,' 'Gimme Shelter,' 'The Complete Monterey Pop,' 'Contempt,' 'Walkabout,' 'For All Mankind,' 'The Wages of Fear,' and both stand-alone and deluxe box set editions of 'The Last Emperor.'

According to Criterion, the new editions will feature "glorious high-definition picture and sound," and all the supplemental content of their companion DVD releases.

Although the company has not set any exact pricing information for any of the titles, MSRPs are expected to match the standard-def editions.

Needless to say, we'll keep you posted as soon as further details and specs are announced, as well as of all future Criterion announcements. Stay tuned!

8.5.08

5 Westerns, 5 Canções - I

The 3:10 to Yuma theme song
(música e letra de Ned Washington e George Duning; cantada por Frankie Laine)



There is a lonely train
Called the 3:10 to Yuma
The pounding of the wheels is more like a mournful sigh
There's a legend and there's a rumour
When you take the 3:10 to Yuma
You can see the ghosts of outlaws go riding by...
In the sky...
Way up high the buzzards keep circling the train
While below the cattle are thirsting for rain
It's also true they say
On the 3:10 to Yuma
A man may meet is faith, for faith travels everywhere
Though you've got no reason to go there
And there ain't a soul that you know there
When the 3:10 to Yuma whistles it's sad refrain...
Take that train...
Take that train...

7.5.08

Yes, HE Can!



Parece que desta é de vez! O maior fenómeno político do novo século será o nomeado democrata à presidência dos Estados Unidos. E, como as coisas estão, tendo sobrevivido a uma campanha especialmente agressiva e negativa no último mês, três quartos do caminho para a Casa Branca estão feitos.

A incrível tenacidade de Hillary Rodham Clinton, que ressuscitou da tumba umas quatro ou cinco vezes nesta campanha, não pode passar despercebida. E um novo renascimento como potencial vice-presidente está ainda em cima da mesa. No entanto, o que ficou mesmo à vista de todos, foi a exposição, dela e do marido, como aquilo que são desde há muito. Como diz Andrew Sullivan, sem papas na língua, "these awful, hollow, cynical people".

Recordo aqui um excerto certeiro de Primary Colors, o algo esquecido filme de Mike Nichols adaptado do excelente livro de Joe Klein, inspirado na campanha presidencial de 1992 do então Governador do Arkansas. Um excerto que poderia facilmente chamar-se "A essência de Hillary Rodham Clinton".


6.5.08

B...A...BA

Há umas semanas, li este texto que comentava um outro meu. Porque entretanto mudei de emprego e de País, ficando no interlúdio sem acesso à Internet, faltou a disponibilidade para responder.

Passado tanto tempo, não me daria a tal trabalho, não fossem as palavras de Domingues sintomáticas de uma de duas maleitas – ou incapacidade intelectual para compreender o que está escrito ou má fé. Como sou optimista, acredito que se tratou da primeira hipótese.

Embora contrariado, porque não tenho vocação para pedagogo, tenho então que explicar a Domingues, que nitidamente não percebeu o que escrevi. Pede-se aos leitores educados que passem ao post seguinte.

Lição nº 1 – Individual versus Colectivo

Como se pode facilmente constatar o Claquete é um blogue colectivo, quer isto dizer, um blogue onde escrevem vários indivíduos. Esses indivíduos não deixam de o ser por escreverem no Claquete. Ou seja, quando um deles assina um texto, esse texto e todas as suas causas e consequências pertencem a ele e não a qualquer outro dos indivíduos que também assinam textos no Claquete.

Portanto, o Claquete não “decidiu investir em favor de Charlton Heston”. Eu, João Pedro Barata da Eira, decidi. E também não seria para o Claquete, mas para mim, que:

“não achar Heston um actor excepcional é um acto de ignorância e desfaçatez política e de "double-thinking”."

No caso da citação anterior, como não escrevi isso, além da confusão entre individual e colectivo, a frase de Domingues enferma de um problema mais sério: citar de forma errada um texto e daí partir para a elaboração de um raciocínio assente em premissas falsas.

Passemos então à lição seguinte.


Lição nº 2 – Ler e Comentar

Quando se lê um texto, e se pretende comentar o mesmo, devem-se comentar os factos apresentados ou afirmações produzidas no mesmo. Não se deve atribuir ao autor do texto algo que ele não disse.

Assim, em lado nenhum eu escrevi que Charlton Heston era “um actor excepcional” mas sim que teve uma “carreira de competência e sucesso”. Se nunca disse que Heston foi um actor excepcional, muito menos poderia ter concluído que quem não achar tal comete “um acto de ignorância e desfaçatez política e de "double-thinking”".

Depois da atribuição falsa de afirmações e pensamentos, Domingues vira-se para a citação directa, tentando recorrer à ironia como forma de explicitar uma opinião divergente. Motivo para uma nova aprendizagem.


Lição nº 3 – A ironia versus a taberna

A utilização da ironia deve ser trabalhada, pensada e treinada. Se utilizada de forma preguiçosa, a acidez corrosiva da palavra é substituída pelo paladar desagradável da cerveja da taberna da esquina.

Assim, quando eu me refiro à intervenção cívica de Charlton Heston, talvez a maneira de tornar a resposta interessante não seja recorrer ao chavão de reduzir a sua personalidade e vida aos anos que passou como Presidente da NRA. Mesmo dando de barato que a questão do porte de arma pode ser vista a preto e branco, a vida pública de Charlton Heston fora da sua actividade profissional não se resumiu a isso. Talvez Domingues não o saiba, e nesse caso perdeu uma boa oportunidade para exercer o seu direito ao silêncio.


Lição nº 4 – Ler e Entender

Depois de repetir pela terceira ou quarta vez o pressuposto falso de que eu disse que Heston era um “actor excepcional”, Domingues passa a acusar-me de fazer politica rasteira e de utilizar Orwell para fazer crítica cinematográfica.

Acontece que em lado nenhum do meu texto faço crítica cinematográfica. Mais, não falo sequer de cinema, facto pelo qual tive até o cuidado de pedir desculpa aos meus colegas de blogue.

Fica assim mais um conselho: , não basta ler, é necessário entender. É verdade que, depois de entender, podemos passar a uma fase mais subjectiva que é interpretar, quando algumas passagens possam ser abertas a isso. Mas não vamos complicar, não só porque o meu texto não contém dessas passagens, mas também porque não quero tornar os conceitos demasiado inacessíveis a Domingues.

Meu caro Domingues, mais simples não consigo. Espero tê-lo ajudado!


Algumas notas sobre aspectos acessórios do texto de Domingues:

1) Os leitores poderão julgar o que são polémicas frívolas e postiças, e o que são textos justificados e pertinentes. Eu, por mim, recomendo vivamente os blogues de Miguel Domingues, as polémicas em que se envolve, onde o debate sobre o cinema toma claramente o primeiro plano, numa visão lúcida, multifacetada, complexa do cinema e da realidade que o envolve, onde o estereótipo e a ideia feita não têm lugar.

Como exemplo, deixo aos leitores um excerto do seu “texto sobre “Tropa de Elite” para que possam partilhar a complexidade que emana das palavras deste vibrante e real blogger, ao contrário de quem escreve nesta cabana postiça e frívola.

"Vai ser o fim da picada: num ano, o quadragésimo aniversário do Maio de 68 – uma espinha na garganta da direita – e a estreia deste Tropa de Elite, futuro filme preferido de muito má gente e por todos os motivos errados. A direita vai cantar vitória e nem a crise em que os mais queques dos partidos dos meninos do Restelo e do eixo Lisboa/Cascais se encontram os vai impedir de cantar vitória. E, no fim de contas, vai tudo estar na mesma. O objectivo, aliás, nunca foi outro. "

2) Miguel Domingues considera cómico citar Pacheco Pereira, e utiliza uma larga exclamação para julgar o adjectivo de lúcido que lhe aplico. Pressuponho que tal exclamação se deve a discordância. Compreendo que, para quem tem uma visão política e social complexa, moderna e de futuro como a que Domingues expressa em textos como o da citação anterior, estar sujeito aos pensamentos derivados das simples regras da lógica como os de Pacheco Pereira seja limitativo.

3) Ainda sobre a citação de Pacheco Pereira e a tentativa que, no final, Domingues faz ao correlacioná-la comigo. É verdade que o texto, ao ser citado, pode sempre ser aplicado a quem o cita. Aliás, o próprio Pacheco Pereira termina o texto dizendo “Como também tenho um blogue, deixo aos leitores o julgamento do que se me aplica do que aqui digo.” É um julgamento subjectivo que fica com cada qual. Para mim é um retrato duro, mas verdadeiro, da pouca blogosfera nacional que leio (cada vez menos), relacionada com cinema, e da que já li no passado, mais centrada em assuntos sociais e políticos. E é esse o principal motivo que me afasta de participar mais, ajudado pela a preguiça e as outras exigências da vida. Certamente eu não serei imune a alguns dos problemas que Pacheco Pereira aponta nesse artigo, apenas posso dizer que me esforço por ser, nas raras vezes em que participo neste blogue.

4) Finalmente, e um pouco a despropósito, Domingues resolve citar o Há Lodo no Cais, blogue da co-autoria do meu colega no Claquete e amigo Miguel Galrinho. Para que não fique a ideia que assobio para o lado, deixo aqui a minha opinião sobre o mesmo. O que li do Há Lodo no Cais revela um blogue mordaz e divertido que me proporcionou várias gargalhadas. Não é um blogue simpático ou consensual, mas isso não é sinónimo de interessante, pelo menos no meu dicionário. A opção pelo anonimato é sempre discutível. No entanto, não vejo razão de monta para isso ser um tópico de relevância neste caso, já que o blogue não o utiliza para injuriar ou caluniar pessoalmente outros, mas sim para por em causa opiniões, posturas e afirmações de pessoas em textos de carácter público. Poderá existir um ou outro excesso que cai numa zona cinzenta, não fui reler, mas nada que justifique o alarido.