The Brave One
Jordan trilha as ruas de Nova Iorque, filmando a brutalidade seca e real, numa obra dominada pela violência e pela imagética da mesma, perpassada por um desencanto desesperadamente sóbrio.
Erica Bain revolta-se contra a brutalidade? Vinga-se da perda do objecto amado? Não, Jordan não deixa margem para equívocos. Erica reage à perda da identidade, à impossibilidade de Ser Erica sem David. “I miss who I was with him”. Acorda sem mundo, sem referências, apenas com as memórias do que foi mas que jamais voltar a ser.”The dead don´t talk, at least not to me”. A violência, reactiva, viciante surge como único preenchimento do vazio, numa busca(?) por um inexistente sentido, ponto de apoio ou resposta.
A violência como concretização da abjecção máxima servindo de contraponto à abstracção formal limite: a ausência de tudo.
Filme do e para o seu tempo, obra fundamental de 2007, The Brave One é uma anti-catarse culminando num plano final que reflecte especularmente o final de The Searchers*.
* Que me perdoem os mais ortodoxos esta pequena heresia.
3 comments:
Completamente de acordo! Grande crítica.
Abraço
eh lá ...The Searchers!? Agora é que fiquei com a curisidade espicaçada
Também concordo contigo. Quando à referência do The Searchers não posso falar, mas tenho a mesma opinião do filme apesar de tudo.
Respira-se um sentimento pérfidamente intenso neste filme, e as emoções de Bain reflectem-se em toda a nossa pele, em toda a nossa derme e epiderme.
Bom blog! :)
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