Orgulho e Preconceito
Em 2006, estrou nas salas portuguesas mais uma adaptação do romance de Jane Austen (do qual eu me confesso, desde já, fã) Orgulho e Preconceito. Eu, que já tinha visto (e revisto várias vezes) a mini-série da BBC, e que (até hoje) a considero a melhor adaptação da obra, senti-me ofendida e insultada com o filme, que a trata de uma forma... vil.
Tendo já confessado o meu amor à mini-série da BBC, e o meu desprezo pela adaptação conematográfica, tinha jurado considerar a primeira como a adaptação definitiva. Até ontem. Ontem vi a adaptação feita em 1940, interpretada por Laurence Olivier e Greer Garson. Apesar de serem omitidas largas partes do livro (limitações temporais a isso obrigam), é uma boa adaptação, que contém o essencial da narrativa, e que dá forma e dimensão às personagens. Olha-se para o ecrã, e vêem-se pessoas com emoções, dúvidas, alma...
Sempre pensei que ninguém interpretaria melhor o Mr. Darcy que Colin Firth. Mais uma vez, dou a mão à palmatória. Laurence Olivier é absolutamente soberbo na encarnação do personagem. Já Greer Garson perde em comparação a Jennifer Ehle (a Elizabeth, da mini-série da BBC), mas é bem superior a Keira Knightley. Porém, existe uma abundante (e importante) química entre os dois, o que faz com que todo o enredo seja credível, já que, mesmo quando não estão presentes no ecrã, se sente (como deve ser) a sua presença.
O elenco secundário (que inclui nomes como Edna May Oliver, Edmund Gwenn, Maureen O'Sullivan, Ann Rutherford), encabeçado por uma hilariante Mary Boland (num papel tão genial como aquele que interpretou um ano antes em The Women, de Cukor) é também ele tri-dimensional (ou seja, não serve só de pano de fundo, as personagens são também cheias de emoções e problemas), bem trabalhado, e credível.
Quanto à realização... não tem quaisquer pretensões de grandeza, ou de qualquer outra coisa. E precisamente por isso sai benificiada. Há intimismo quando este é necessário, e em cenas mais complexas, nomeadamente nas de grandes multidões, como festas e bailes, é ao mesmo tempo simples e intrincada, dando a um só tempo, várias perspectivas do mesmo evento. Não há nada dos abomináveis, pomposos e inúteis planos da adaptação escabrosa de Joe Wright, graças a deus. Há apenas um tratamento simples e pessoal de todas as relações e situações, daí que consiga a aura de um grande filme, que decerto irá ser alvo de vários revisionamentos da minha parte.
Antes de ver o filme, não pensei ir dizer que gostei quase tanto como da mini-série. Aliás, quer-me parecer que esta foi largamente inspirada neste, notam-se muitas semelhanças, e só a considero melhor porque, como tem mais tempo (derivado do meio de exibição, obviamente), é mais completa como adaptação. Depois deste visionamento, surge apenas um problema... o meu preconceito relativamente a outras adaptações desta obra aumentou. Duvido que qualquer outra seja tão boa como estas duas...
Tendo já confessado o meu amor à mini-série da BBC, e o meu desprezo pela adaptação conematográfica, tinha jurado considerar a primeira como a adaptação definitiva. Até ontem. Ontem vi a adaptação feita em 1940, interpretada por Laurence Olivier e Greer Garson. Apesar de serem omitidas largas partes do livro (limitações temporais a isso obrigam), é uma boa adaptação, que contém o essencial da narrativa, e que dá forma e dimensão às personagens. Olha-se para o ecrã, e vêem-se pessoas com emoções, dúvidas, alma...
Sempre pensei que ninguém interpretaria melhor o Mr. Darcy que Colin Firth. Mais uma vez, dou a mão à palmatória. Laurence Olivier é absolutamente soberbo na encarnação do personagem. Já Greer Garson perde em comparação a Jennifer Ehle (a Elizabeth, da mini-série da BBC), mas é bem superior a Keira Knightley. Porém, existe uma abundante (e importante) química entre os dois, o que faz com que todo o enredo seja credível, já que, mesmo quando não estão presentes no ecrã, se sente (como deve ser) a sua presença.
O elenco secundário (que inclui nomes como Edna May Oliver, Edmund Gwenn, Maureen O'Sullivan, Ann Rutherford), encabeçado por uma hilariante Mary Boland (num papel tão genial como aquele que interpretou um ano antes em The Women, de Cukor) é também ele tri-dimensional (ou seja, não serve só de pano de fundo, as personagens são também cheias de emoções e problemas), bem trabalhado, e credível.
Quanto à realização... não tem quaisquer pretensões de grandeza, ou de qualquer outra coisa. E precisamente por isso sai benificiada. Há intimismo quando este é necessário, e em cenas mais complexas, nomeadamente nas de grandes multidões, como festas e bailes, é ao mesmo tempo simples e intrincada, dando a um só tempo, várias perspectivas do mesmo evento. Não há nada dos abomináveis, pomposos e inúteis planos da adaptação escabrosa de Joe Wright, graças a deus. Há apenas um tratamento simples e pessoal de todas as relações e situações, daí que consiga a aura de um grande filme, que decerto irá ser alvo de vários revisionamentos da minha parte.
Antes de ver o filme, não pensei ir dizer que gostei quase tanto como da mini-série. Aliás, quer-me parecer que esta foi largamente inspirada neste, notam-se muitas semelhanças, e só a considero melhor porque, como tem mais tempo (derivado do meio de exibição, obviamente), é mais completa como adaptação. Depois deste visionamento, surge apenas um problema... o meu preconceito relativamente a outras adaptações desta obra aumentou. Duvido que qualquer outra seja tão boa como estas duas...
2 comments:
Sou fã do livro e das respectivas adaptações... e sim, também achei piada à nova versão, apesar de estar muito longe da qualidade da mini-série e do filme dos anos 40.
A única piada que achei no filme de 2005 foi a involuntária. Rir para não chorar. Um Mr. Darcy que não faça meio mundo feminino apaixonar-se por ele não é digno desse nome. E Keira Knightley é tudo... menos Elizabeth Bennett. Um desapontamento em toda a linha...
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