Cinema em Ebulição
«Death Proof» é a quintessência do cinema puro de Tarantino e uma radical fissura na filmografia do realizador que rasga novíssimas perspectivas cinematográficas. É um filme de reinvenção constante (plano a plano, gesto a gesto, palavra a palavra), que consegue encontrar no banal um terreno de infinitas possibilidades sensoriais e humanas.
Em «Death Proof» vale o Cinema pelo Cinema, num gesto absoluto de liberdade e de autonomia. As suas imagens estão em permanente ebulição e a perspectiva cinematográfica é totalitária e irredutível. Um filme, pois, onde apenas existe Cinema e onde as imagens se esgotam a si próprias e se tornam absolutas. «Death Proof» assume-se, assim, na sua singularidade militante e implacável como um objecto anti-narrativo, anti-convencional, anti-temporal e anti-espacial. Pela nossa parte respondemos ao desafio: é um filme fabuloso para colocar bem no topo da filmografia de Tarantino, ao lado de «Jackie Brown» e de «Kill Bill – Volume 2», as suas obras mais maduras e perfeitas.
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