11.3.08

5 filmes... sobrevalorizados

* L'Atalante (Vigo, 34)


* The Wizard of Oz (Fleming, 39)



* Les Quatre Cents Coups (Truffaut, 59)


* Au Hasard Balthazar (Bresson, 66)


* The New World (Malick, 05)

10 comments:

Sérgio Dias Branco said...

Porquê? Era bom que desses razões, que argumentasses.

Esta escolha parece demonstrar algum desconhecimento histórico: mesmo que não gostes, a influência dos filmes de Vigo e Truffaut, por exemplo, é inquestionável (o que faz com que não possam estar 'sobrevalorizados', já que a história confirma o seu valor).

Mas claro podes não gostar. Provavelmente aquilo que não aprecias é o que faz deles filmes únicos. Todos estes cinco são.

João Ricardo Branco said...

Sérgio,

Agradeço o comentário. Tentando responder brevemente:

1 – O meu post pretendia ser apenas uma enumeração (na linha estrutural de outros posts que podem ser encontrados neste blogue), não uma reflexão ou argumentação. Em todo o caso, a explanação de ideias pode ser feita nesta zona de comentários sempre que justificado.

2 – Pessoalmente não encaro a cinefilia como um processo de levantamento histórico. O Cinema tem naturalmente uma raiz histórico-cultural inultrapassável, que deve ser considerada quando se analisa um filme, mas gosto de pensar pela minha própria cabeça e sentir com o meu próprio coração as imagens em movimento que compõem determinado filme.

3 – Apesar de gostar muito de História não sou historiador e a perspectiva em que me coloco é, em regra, a de espectador. Daí que a cinefilia, enquanto atitude pessoal e intransmissível, se faça muitas vezes contra ou apesar da História. O valor histórico de um filme não é mais do que o valor atribuído, num dado momento, pela historiografia do Cinema, e a História é suficientemente dinâmica e complexa (e o Cinema uma arte ainda tão jovem…) para encetarmos juízos definitivos. Daí que privilegie a perspectiva pessoal, que é também dinâmica e evolutiva, mas que me interessa mais quando penso/debato sobre Cinema. No limite voltamos à velha questão: buscamos/valorizamos filmes que sejam importantes para a História ou que sejam importantes para nós? Pela minha parte respondo: busco filmes que sejam importantes para mim (que sejam memórias pessoais), sendo que os filmes historicamente importantes são uma excelente e inevitável fonte para essa busca permanente.

4 – Dito isto, não nego (nem analisei) a importância histórica de cada um dos filmes que enumerei. Nem digo que sejam maus filmes. Nem sequer pretendi contrapor a minha perspectiva à perspectiva histórica. Ao dizer que são 5 filmes sobrevalorizados pretendo apenas dizer que tenho a percepção de que são filmes a que a maioria dos espectadores/cinéfilos (sobretudo os contemporâneos) atribui um valor que pessoalmente não lhes reconheço. Independentemente da História, é nos elogios estritamente artísticos que me baseio para este exercício radicalmente subjectivo que é afirmar que são filmes sobrevalorizados.

Cumprimentos,

JRB

Sérgio Dias Branco said...

João:

Mas a questão do valor subjectivo, do valor para ti, leva a outra: Para quê escrever? (Para quem? é outra.) Penso que só poderá ser para contribuir para o 'entendimento' de determinado filme e por extensão do próprio cinema. Bem sei que esta idea não é muito popular. Espera-se dos críticos por vezes uma mera opinião, melhor ou pior defendida, mas quase nunca 'argumentada'. Essa foi uma das coisas que sempre me frustrou no exercício da crítica e que me levou a dizer 'adeus'.

Como dizes, a história é dinâmica e a tua (a nossa) relação com os filmes também. Tudo bem. Mas com certeza esta subjectividade que defendes não se basta a si própria. Por isso lês, vês outros filmes: és um espectador informado. Tens uma educação específica em relação ao cinema e isso influencia o modo como vês e avalias os filmes. O que eu disse é que sobretudo quando se fala de marcos como estes é necessário saber de onde eles vieram e o que veio deles. Chama-se a isso 'humildade' (porque há sempre muito que não sabemos) e 'curiosidade' (porque queremos saber).

Cumprimentos,

José Oliveira said...

"exercício radicalmente subjectivo"

sempre o mesmo argumento de quem não entende o cinema como um mundo, uma história, as suas relações, interpelações, ligações, etc...e realmente atirar assim "para o ar" um exercicio tão fútil é lamentavél...

O bresson, o Truffaut e os outros que te perdoem que eu não posso...

Cumprimentos

Anonymous said...

João concordo no que diz respeito ao filme do Mallick, pessoalmente não me disse nada. Quanto aos restantes não vi nenhum (/me envergonhada):-(

José Oliveira said...

a resposta:

http://raging-b.blogspot.com/

Cumprimentos

Flávio said...

Parabéns pelo post. Deve ser a coisa mais erudita, profunda e sabedora que li sobre o cinema, não sei como consegues.

Anonymous said...

Flávio não percebo bem porquê implicar com este post. O post, penso que, da maneira como o vejo, não pretende ser profundo nem erudito, para isso quanto muito estarão as críticas. O post é apenas uma lista. Como esta deparo-me com outras em tantos, tantos blogs por aí espalhados. Também deixa este comentários nos outros?

Anonymous said...

Lista ou não, é um completo disparate. Não entendo o que faz o Feiticeiro de Oz e o Brave New World no meio dessas 3 obras primas da história do cinema. Dizer que o Vigo, o Bresson e esse Truffaut são sobrevalorizados é uma das coisas mais disparatadas que ouvi nos últimos tempos e só pode ser dito por alguém que nada entende de cinema.

Anonymous said...

Quando disse "Brave New world" estava a referir-me ao "The New world"