25.12.06

Natal com emoção



Na noite de consoada, George Bailey vê-se confrontado com uma situação devastadora e decide por fim à sua vida. É então que algo superior intervém e revisitamos toda a sua existência na pequena terra onde nasceu, toda ela recheada de sonhos para sempre adiados pelo peso da responsabilidade que assumiu ainda muito jovem. Quando se preparava para viajar e estudar na universidade é confrontado com a morte do seu pai e a necessidade de retomar um trabalho que nunca desejou na sua companhia de empréstimos. Toda a sua vida é marcada por uma série de eventos que privam George das suas idealizações pessoais em prol do que considera correcto. Vemos o seu antagonista, Mr.Potter, um avarento milionário que tenta por fim à sua pequena empresa e vemos também a pureza sentimental de Mary, a mulher por quem se apaixona. E depois do momento de desespero vemos também como seria a vida destas e tantas outras pessoas caso a bondade e altruísmo de George não existissem em Bedford Falls. E na importância da vida de um só homem, e no buraco que a sua ausência provoca, é espelhada toda a verdade da época natalícia. Não é decerto por acaso que It’s a Wonderful Life é um dos filmes tão amado e recordado, nesta e em todas as outras alturas, uma comovente e inigualável história de Frank Capra com uma interpretação arrebatadora de James Stewart, que conjura como ninguém o espírito único do homem comum. E sessenta anos depois, continua a ser uma obra não só inspiradora como também de extrema importância. Isto porque nesta altura de tremenda comoção e oportunismo comercial, e do cinismo que tal invoca, é usual nos esquecermos da verdadeira e inabalável essência do Natal. No entanto existem certos objectos, de arte ou de tradição, que nos recordam dessa magia. It’s a Wonderful Life é um deles.

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