Breve elogio ao Natal através da sua ausência (pelos olhos do Cinema)
* Cena de «Catch Me If You Can» (Spielberg, 2002)
Quando Leonardo DiCaprio olha do lado de fora da janela para a casa onde a sua mãe e um homem e uma criança que desconhece celebram o Natal – naquela que é a mais assombrosa cena de «Catch Me If You Can» e um dos quadros cinematográficos mais desencantados de sempre – ele olha sobretudo para a impossibilidade de habitar aquela casa e, nesse sentido, para a ausência absoluta do Natal enquanto espaço afectivo.
Daí que o Natal se construa também sobre o imenso peso da sua falta. Ele vem efectivamente preencher algo. Sendo que esse algo – no absoluto dos absolutos – é precisamente a sua ausência. Sentir o Natal a partir do «não-Natal» é verificar a sua grandeza e omnipresença. Não vejo melhor elogio que se lhe possa fazer.
Votos de um feliz Natal.
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