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23.5.08

Três Semanas


As expectativas sobem cada vez mais e, depois da desilusão que foi Indiana Jones, só Shyamalan poderá salvar a época. E é difícil acreditar que não o fará.

19.10.07

A Goddess to Remember

Deborah Kerr (1921-2007)

18.6.07

There Will Be Blood



Palavras para quê? Obra-prima a caminho!

31.5.07

Contra o Esquecimento… Sempre



* Trailer de «Always» (Spielberg, 89)

E se…? E se «Always», melodrama dilacerante de Steven Spielberg, fosse um filme não de 1989 mas de 1939? E se estreasse apenas em 2009? Interrogações impossíveis, é verdade. Mas talvez não seja despiciendo pensar nelas por um instante. Porque porventura passa também por elas a compreensão do desprezo com que foi recebido este filme e o esquecimento a que é recorrentemente votado.

«Always» é, pois, um filme (escandalosamente) subvalorizado e, agora se percebe, inevitavelmente deslocado do seu tempo. Ou melhor: um filme que acredita (e que dá ao espectador a hipótese de acreditar) numa hipótese de Cinema sem tempo, profundamente clássico e intimamente moderno. Spielberg mais não tem feito, aliás, ao longo da sua carreira, do que resistir contra o tempo. Contra o esquecimento. Do Cinema, do sonho, da memória.

Um filme sem tempo, pois. Mas um filme sem tempo rejeitado por pessoas do seu tempo. Estranho? Não se pensarmos em pessoas demasiado presas ao seu tempo, imersas em objectos efémeros (portanto, também eles inevitavelmente presos ao seu tempo). Já João Bénard da Costa, poço de sabedoria cinematográfica, declarava há mais de 15 anos, contra a erosão da memória, que «Always» era “seguramente um dos raros filmes estreados em 1990 em que se podia ver cinema”.

«Always» – história de amor, melodrama afectivo, filme de fantasmas, narrativa sobre a perda e a superação (por esta ordem!) – mostra-nos que o Cinema pode ser, de facto, a mais misteriosa das artes. Ou como a simplicidade pode ser povoada por múltiplos milagres! O belíssimo trailer do filme é ritmado, do início ao fim, pela canção «Smoke Gets in Your Eyes» (e não há muitos filmes assim tão ligados a uma música como este…), e nesta opção de marketing mora também, pensamos nós, a hipótese de podermos ver este filme como uma longa melodia visual. Um filme como uma canção. De ontem, de hoje… de sempre. Nunca um título foi tão justo!

11.5.07

Days of Heaven

O paraíso, que existe, mas que só encontramos uma vez. Por Terrence Malick.



16.4.07

It's a Wonderful Life

Porque uma celebração tão bela da amizade, do amor e das relações humanas vale sempre a pena rever. Haverá mais grandioso e comovente hino à vida?

2.4.07

Poesia Visual



Em semana de estreia da nova obra de David Lynch – «Inland Empire» – (que aposto, desde já, para filme do ano), vale a pena recuar exactamente 10 anos e relembrar esse espantoso filme que é «Lost Highway».

Sugiro, mais concretamente, que se atente na cena supra, seguramente uma das mais sublimes e belas da década passada. Nela podemos ver a arte de Lynch em todo o seu esplendor: uma verdadeira poesia visual de luzes e sombras! Ou melhor, um poema onde dois corpos constroem rimas feitas de luz e de sombra. Dois corpos? Na verdade, apenas um: o de Patricia Arquette (aplausos de admiração), que tudo domina e manipula. Ela é aqui, claramente, o centro gravitacional do nosso olhar.

Esta cena permite-nos, ainda, verificar que a capacidade sedutora de David Lynch está também na forma como nos faz regressar permanentemente a duas interrogações essenciais: 1) A que dimensão pertencem as imagens que vemos (real, onírica ou outra)? 2) O que se esconde por trás delas? Interrogações essas que coexistem sempre com o prazer estético do olhar, numa dialéctica que tem tanto de deslumbrante como de desconcertante.

Os ambientes meticulosamente criados por Lynch fascinam-nos com a sua paradoxal construção: são misteriosos e arrepiantes, por um lado, e sensuais, por outro. E daí nasce uma desconcertante ambiguidade que nos faz caminhar permanentemente no limite, tacteando cada nova imagem e cada novo som em busca da suprema compreensão das coisas.

31.1.07

'O' filme das relações humanas


O encanto e o desencanto das relações humanas. Ou como encontrar o primeiro, quando parece só existir o segundo. É do que trata Yi Yi.

18.12.06

O poder arrebatador das imagens

Foi precisamente há 31 anos que Barry Lyndon estreou nos EUA. Apesar de, na altura, ter dividido a crítica, é hoje reconhecido como um dos grandes dramas históricos do cinema, que Martin Scorsese declarou ser o seu filme favorito de Kubrick e do cinema americano.

Mesmo com mais de três décadas, o poder dramático e a brutalidade do impacto mantêm-se, resultante da perturbante frieza das emoções das personagens que habitam o filme, enquanto a direcção fotográfica continua a ser uma das melhores de sempre.



Veja-se, por exemplo, a primeira cena aqui colocada, dos momentos mais belos de que há memória, e de uma perfeição técnica (repare-se no movimento de câmara e zoom in iniciais) e artística absolutas. Uma história de amor contada sem palavras serem ditas por qualquer um dos amantes: temos apenas a profundidade das trocas de olhares, conjugados com a beleza da encenação e com o sublime segundo andamento do Trio com Piano de Schubert em Mi bemol.



Vale ainda a pena, em particular, rever vezes sem conta a segunda cena, em que Barry Lyndon vê morrer o filho, ficando, então, sem herdeiros. Uma questão: haverá melhor exemplo de como a montagem é, acima de tudo, um meio dramático? Sabendo (porque nos é contado em voz-off pelo narrador) que o filho de Lyndon irá morrer, haverá forma mais brutal de encenar essa morte do que cortar bruscamente as lágrimas de desespero de um pai para o funeral do filho? Mais um exemplo de perfeição técnica: na realização, na montagem, na fotografia, na utilização da música.

Um dos melhores filmes de sempre!

22.9.06

wide awake, now...

Quem pensa que viu todos os filmes de M. Night Shyamalan, como se a sua filmografia começasse apenas em «O Sexto Sentido», precisa de descobrir uma pequena pérola injustamente esquecida, de 1998, chamada «Wide Awake». É, na verdade, aqui, não no filme seguinte, que Shyamalan se começa a definir enquanto cineasta. É uma primeira experiência, com uma realização muito menos arrojada, mas adequada ao registo do filme, que demonstra sobretudo a sua capacidade enquanto argumentista, e introduz um tema recorrente na sua filmografia: a .

O tema está presente, de forma mais ou menos explítica, em qualquer filme de Shyamalan, mas num deles sobressai: «Sinais». Tal como neste, qualquer coisa se perdeu, sentindo a personagem principal necessidade de acreditar em algo divino, de forma a evitar a solidão. Por outro lado, contrariamente a «Sinais», não é um padre que duvida da sua fé, mas uma criança de dez anos, que decide procurar Deus após a morte do avô.

O caminho é, como sempre, composto por dúvidas e incertezas, mas adaptadas à visão ingénua e sincera de uma criança, que Shyamalan capta de forma incrivelmente genuína e comovente, pela forma como constrói personagens e relações. Uma das taglines do filme diz-nos: “Meeting your best friend. Finding your favorite teacher. Having your first crush. Remember what it felt like to be...”. E não deixa de ser verdade: os sentimentos que levam o pequeno Joshua a prosseguir na sua busca são de tal forma sinceros, que M. Night Shyamalan permite, de facto, que o espectador se recorde de como é ser criança.

Aqui ficam duas cenas de «Wide Awake», mostrando, na primeira, a esperança de Joshua, e, na segunda, quase o desespero.