O poder arrebatador das imagens
Foi precisamente há 31 anos que Barry Lyndon estreou nos EUA. Apesar de, na altura, ter dividido a crítica, é hoje reconhecido como um dos grandes dramas históricos do cinema, que Martin Scorsese declarou ser o seu filme favorito de Kubrick e do cinema americano.
Mesmo com mais de três décadas, o poder dramático e a brutalidade do impacto mantêm-se, resultante da perturbante frieza das emoções das personagens que habitam o filme, enquanto a direcção fotográfica continua a ser uma das melhores de sempre.
Veja-se, por exemplo, a primeira cena aqui colocada, dos momentos mais belos de que há memória, e de uma perfeição técnica (repare-se no movimento de câmara e zoom in iniciais) e artística absolutas. Uma história de amor contada sem palavras serem ditas por qualquer um dos amantes: temos apenas a profundidade das trocas de olhares, conjugados com a beleza da encenação e com o sublime segundo andamento do Trio com Piano de Schubert em Mi bemol.
Vale ainda a pena, em particular, rever vezes sem conta a segunda cena, em que Barry Lyndon vê morrer o filho, ficando, então, sem herdeiros. Uma questão: haverá melhor exemplo de como a montagem é, acima de tudo, um meio dramático? Sabendo (porque nos é contado em voz-off pelo narrador) que o filho de Lyndon irá morrer, haverá forma mais brutal de encenar essa morte do que cortar bruscamente as lágrimas de desespero de um pai para o funeral do filho? Mais um exemplo de perfeição técnica: na realização, na montagem, na fotografia, na utilização da música.
Um dos melhores filmes de sempre!
Mesmo com mais de três décadas, o poder dramático e a brutalidade do impacto mantêm-se, resultante da perturbante frieza das emoções das personagens que habitam o filme, enquanto a direcção fotográfica continua a ser uma das melhores de sempre.
Veja-se, por exemplo, a primeira cena aqui colocada, dos momentos mais belos de que há memória, e de uma perfeição técnica (repare-se no movimento de câmara e zoom in iniciais) e artística absolutas. Uma história de amor contada sem palavras serem ditas por qualquer um dos amantes: temos apenas a profundidade das trocas de olhares, conjugados com a beleza da encenação e com o sublime segundo andamento do Trio com Piano de Schubert em Mi bemol.
Vale ainda a pena, em particular, rever vezes sem conta a segunda cena, em que Barry Lyndon vê morrer o filho, ficando, então, sem herdeiros. Uma questão: haverá melhor exemplo de como a montagem é, acima de tudo, um meio dramático? Sabendo (porque nos é contado em voz-off pelo narrador) que o filho de Lyndon irá morrer, haverá forma mais brutal de encenar essa morte do que cortar bruscamente as lágrimas de desespero de um pai para o funeral do filho? Mais um exemplo de perfeição técnica: na realização, na montagem, na fotografia, na utilização da música.
Um dos melhores filmes de sempre!
2 comments:
Kubrick vintage!
Nem mais!
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