24.12.06

Natal sem emoção


Haverá melhor altura do que esta para ver ou rever os clássicos natalícios? Neste Natal, a escolha foi ver esse grande clássico, que já originou muitos remakes, chamado Miracle on 34th Street, realizado por George Seaton. Porém, comparar esse filme com outros clássicos e obras-primas absolutas (por exemplo, o sublime e intemporal It's a Wonderful Life, de Frank Capra) é comparar o incomparável. Miracle on 34th Street começa bem, desenvolvendo uma relação entre um homem que afirma ser o Pai Natal e uma menina que, pela educação que teve, não acredita em fantasias desse género. No entanto, todo o potencial de relações humanas que poderiam ser desenvolvidas a partir dessa relação, assim como as questões que poderia aprofundar (a importância da fé, da imaginação...), é desperdiçado quando George Seaton se lembra de esquecer tudo o que construiu e gasta todo o tempo, a partir de certa altura, em discussões de tribunal que tratam de provar objectivamente se aquele homem é, de facto, o Pai Natal. Tentando, no final, voltar às relações humanas, todas as questões levantadas acabam por ser feitas de forma superficial e sem o mínimo de genuinidade ou sentimento. Existirá Natal com menos emoção?

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