25.12.06

Um ano de cinema em Portugal - O Pior (II)

DEGRADAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE EXIBIÇÃO PÚBLICA


Acompanhando a degradação da oferta esteve a deterioração das condições de exibição nas salas. A pequenez da visão do empresário de cinema nacional revela-se mais uma vez em todo o seu esplendor. Perante a diminuição do número de espectadores e consequente redução de receitas, a política é cortar a direito, dispensar quaisquer custos de manutenção e reduzir o pessoal ao mínimo. Projecções no formato errado, microfones na tela, desfocagens, lâmpadas gastas, cadeiras desconfortáveis, cópias degradadas, falhas de som. Enfim, um rol extenso de problemas que quem frequentou as salas no ano transacto certamente sentiu na pele (ou nos olhos) e que se acumulam perante a passividade alarve dos exibidores. A cereja no topo do bolo desta política é a concentração da venda de bilhetes e consumíveis alimentares (pipocas, refrigerantes, cachorros, gelados e afins) num único lugar. Ir ao cinema é, afinal, o mesmo que ir ao café. Que nos espera em 2007? Talvez a exibição de filmes no Continente.

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