The Insider
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Depois do personagem de Al Pacino conseguir finalmente transmitir a entrevista, observamos olhares de pessoas (algumas conhecemos, outras não) enquanto assistem ao programa. Um deles toca-me em particular: num plano em que a filha de Jeffrey Wigand desvia o olhar da televisão para o pai, Michael Mann capta todo o seu respeito e admiração pelo que o pai fez. Em seguida, Lowell Bergman chega a casa, e deita-se ao lado da mulher. Ganhaste, diz-lhe ela. Pois... Ganhei o quê? No fundo, tudo se resume a isso em The Insider.
A saber: o que ganhamos e perdemos, o que se constrói e desconstrói à nossa volta, por perseguirmos as nossas convicções e os nossos sonhos. Ou ainda: como isso muda (para o melhor e para o pior) a nossa relação com nós próprios e com os outros. A questão essencial é óbvia: valeu a pena? A resposta, essa, é menos óbvia e muito mais complexa. Repare-se, pois, no final do filme: por um lado, a satisfação, porque os objectivos foram cumpridos; por outro o desencantamento: tudo parece disperso e estilhaçado.
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