The Insider
Além de ser uma interessantíssima reflexão sobre a ética jornalística e um poderoso drama que assenta nas relações familiares do personagem de Russell Crowe, The Insider levanta ainda muitas outras questões, que mesmo quando não são ditas, acompanham sempre as personagens.
Depois do personagem de Al Pacino conseguir finalmente transmitir a entrevista, observamos olhares de pessoas (algumas conhecemos, outras não) enquanto assistem ao programa. Um deles toca-me em particular: num plano em que a filha de Jeffrey Wigand desvia o olhar da televisão para o pai, Michael Mann capta todo o seu respeito e admiração pelo que o pai fez. Em seguida, Lowell Bergman chega a casa, e deita-se ao lado da mulher. Ganhaste, diz-lhe ela. Pois... Ganhei o quê? No fundo, tudo se resume a isso em The Insider.
A saber: o que ganhamos e perdemos, o que se constrói e desconstrói à nossa volta, por perseguirmos as nossas convicções e os nossos sonhos. Ou ainda: como isso muda (para o melhor e para o pior) a nossa relação com nós próprios e com os outros. A questão essencial é óbvia: valeu a pena? A resposta, essa, é menos óbvia e muito mais complexa. Repare-se, pois, no final do filme: por um lado, a satisfação, porque os objectivos foram cumpridos; por outro o desencantamento: tudo parece disperso e estilhaçado.
Depois do personagem de Al Pacino conseguir finalmente transmitir a entrevista, observamos olhares de pessoas (algumas conhecemos, outras não) enquanto assistem ao programa. Um deles toca-me em particular: num plano em que a filha de Jeffrey Wigand desvia o olhar da televisão para o pai, Michael Mann capta todo o seu respeito e admiração pelo que o pai fez. Em seguida, Lowell Bergman chega a casa, e deita-se ao lado da mulher. Ganhaste, diz-lhe ela. Pois... Ganhei o quê? No fundo, tudo se resume a isso em The Insider.
A saber: o que ganhamos e perdemos, o que se constrói e desconstrói à nossa volta, por perseguirmos as nossas convicções e os nossos sonhos. Ou ainda: como isso muda (para o melhor e para o pior) a nossa relação com nós próprios e com os outros. A questão essencial é óbvia: valeu a pena? A resposta, essa, é menos óbvia e muito mais complexa. Repare-se, pois, no final do filme: por um lado, a satisfação, porque os objectivos foram cumpridos; por outro o desencantamento: tudo parece disperso e estilhaçado.
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