Introdução
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Resultado: no último terço do filme, o protagonista corre. Foge do medo que o persegue, enquanto procura chegar à família para a salvar. É um bom ponto de partida, sem dúvida, pois está ligado com os temas iniciais, além de permitir uma abordagem de grande complexidade humana, mas infelizmente não passa de um mero ponto de partida. A relação introduzida no início do filme, em cerca de dez minutos, já vai longe e não tem qualquer desenvolvimento emocional. Daí que Gibson, durante a perseguição, alterne frequentemente imagens do protagonista com imagens da sua família: para nos lembrar de que ela existe, mas sem nunca fazer mais do que isso. Não há construção, não há progressão, não há desenvolvimento... há apenas a memória do que poderia ter sido um grande filme, essencialmente humano, mas que acaba por gastar todo o seu potencial em cenas de perseguição já vistas (porque filmadas sem inventividade) e num retrato superficial de uma Civilização.
Uma Civilização que, diz-nos a tagline, se destrói por dentro... No limite, é um pouco o que acontece a Apocalypto: um filme que, ao invés de se desenvolver, vai progressivamente desconstruindo as suas relações e personagens, quase num decrescendo dramático que só progride em direcção ao vazio...
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