28.11.07
22.11.07
Hot Fuzz
Perto do final, após um dos twists mais ridículos de sempre (aqui ridículo no bom sentido, já que é de facto a outra boa ideia do filme e favorece os seus propósitos), há uma ligeira melhoria com a introdução dessa nova situação, mas insuficiente, até porque as cenas climáticas finais de destruição acabam por se tornar chatas e inconsequentes, sucedendo-se de forma idêntica e repetitiva. De resto, a realização e montagem aceleradas a tentar parodiar os filmes do género é completamente aleatória e descontrolada. É verdade que a tentativa é parodiar esse descontrolo de câmara que existe na maioria dos filmes de acção que estreiam actualmente, mas para isso não se deveria ceder a esse mesmo descontrolo, mas sim ter noção dele, utilizando-o de forma controlada. Por outras palavras, torna-se quase uma imitação, em vez de uma paródia.
Publicada por Miguel Galrinho em 16:23 14 comentários
Etiquetas: Edgar Wright, Hot Fuzz
20.11.07
Cinema de Elite
Publicada por Anonymous em 04:27 4 comentários
Etiquetas: José Padilha, Tropa de Elite
19.11.07
Quem foi Ian Curtis?
Porque, depois de ver "Control", fiquei na mesma ignorância em que vivi nos últimos 25 anos em relação à pessoa. O filme de Anton Corbijn parece ter sido um retrato fiel de Curtis (pelo menos até certo ponto, dado que foi adaptado do livro escrito pela mulher deste). O que não é propriamente abonatório a seu favor. Passo a explicar:
Os Joy Division e Ian Curtis parecem ter sido/ser uma banda de culto, e que deixaram uma marca indelével no mundo da música. Digo que parece porque, repito, tenho vivido na quase total ignorância de tal banda. E o filme não me permite perceber o porquê desse culto.
Personagens é coisa que não vemos em duas horas de filme. Vemos, isso sim, meia dúzia de pessoas a movimentarem-se pela tela, sem percebermos as suas motivações, e os seus sentimentos (Sam Riley tenta, nota-se uma tentativa de construção de personagem, mas isso só não chega, embora, de todas as intervenções dos actores, a sua seja a melhor), tudo o que poderia ter algum impacto emocional (a incapacidade de escolher entre uma e outra mulher, a forma de lidar com a doença) é filmado tão banalmente que sentimos que não passa de um cliché já visto e revisto, e que cansa.
Não fora a magnífica fotografia (demos a César o que é de César, e Corbijn é um excelente fotógrafo), utilizando o preto e branco, as sombras e as luzes de forma irrepreensível, e este biopic sobre o vocalista de uma banda influente e de culto seria digno de figurar na programação de um Sábado à tarde na TVI.
Eu tinha expectativas algo altas para o filme. Fiquei um pouco desanimada com a opinião do Tiago. Mas infelizmente, tenho que concordar com ele...
Publicada por Filipa Lopes em 14:33 0 comentários
Etiquetas: Anton Corbijn, Control
DVD vs. Blu-ray - Descubra as Diferenças
Publicada por Miguel Galrinho em 04:19 0 comentários
Etiquetas: Blu-ray, Edward Scissorhands
18.11.07
Redacted
Redacted é um filme inteligentíssimo sobre a Guerra do Iraque, e por isso de visionamento obrigatório, embora não tenha o impacto dramático que se esperaria, assim como a realização de De Palma não está no habitual nível de engenho, ainda que sempre eficaz e com ideias.
Uma questão, face à previsível reacção crítica norte-americana: será que os críticos e jornalistas que, sem assistir ao filme, disseram que De Palma traiu a nação e as tropas, conseguem manter a mesma afirmação depois de o verem, quando este termina com a própria voz do realizador a congratular um herói de guerra? Infelizmente, já se viu que conseguem.
Publicada por Miguel Galrinho em 02:23 0 comentários
Etiquetas: Brian De Palma, Redacted
16.11.07
Hotel Chevalier
Publicada por Miguel Galrinho em 13:21 0 comentários
Etiquetas: Hotel Chevalier, Wes Anderson
Top... 5!
1. Eastern Promises, de David Cronenberg
2. Letters from Iwo Jima, de Clint Eastwood
3. Alexander: Revisited, de Oliver Stone
4. The Good Shepherd, de Robert De Niro
5. Redacted, de Brian De Palma
Sou ainda obrigado a colocar um filme que não estreou no circuito normal, mas foi apenas lançado em DVD, a magnífica versão revista do falhado Alexander, de Oliver Stone.
Não farei bottom, mas os destaques negativos vão para os péssimos El Laberinto del Fauno, The Last King of Scotland, Beowulf, e ainda para o pior do ano que vi: Fast Food Nation, de Richard Linklater.
Resta-me esperar um excelente ano cinematográfico para 2008, depois de Clint Eastwood, David Lynch, Darren Aronofsky, Zhang Yimou, David Fincher, Steven Soderbergh, entre outros que nem vale a pena referir, desiludirem.
Publicada por Miguel Galrinho em 02:30 3 comentários
Etiquetas: Melhores de 2007
15.11.07
eastern promises. cronenberg.
Publicada por Miguel Galrinho em 14:12 1 comentários
Etiquetas: David Cronenberg, Eastern Promises
Um Regresso em Falso
Visto o filme, fica bem claro que o realizador de Godfather se tem recentemente dedicado mais às suas vinhas do que ao cinema, e, verdade seja dita, podia lá ter continuado, porque o Cinema é escasso em Youth Without Youth. De uma forma geral: realização básica, sem qualquer visão ou profundidade; argumento superficialíssimo sobre todos os temas que aborda, preferindo sempre despejar citações filosóficas intermináveis a dar relevância ao lado humano das suas personagens; interpretações desequilibradas, sendo que Tim Roth vai apenas bem e Bruno Ganz está insuportável.
Antes de mais, é óbvio que quando falo em realização básica não me refiro à componente técnica, embora aqueles recorrentes e despropositados planos ao contrario e cenas com o duplo filmadas de forma sempre igual (com a originalíssima ideia de o filmar quase sempre em espelhos!) realmente o sejam, parecendo mais um novato a tentar impressionar com uns quanto truques que já têm barbas do que propriamente um realizador com a qualidade de Coppola. Porém, refiro-me principalmente, quando digo que a realização é básica, à forma desinteressante como o realizador olha para as personagens (quase sempre como meros declamadores de livros de filosofia) e para diversos temas que procura abordar (tudo superficial, tudo previsível e à base de sub-plots insignificantes).
Falando em previsibilidade, há que afirmar que, pelo contrário, o filme também tem a sua dose de imprevisibilidade: depois de uma hora a investir na componente política, discutindo-se frequentemente o interesse dos nazis na personagem de Tim Roth, Coppola lembra-se de mandar toda essa narrativa às urtigas, deixando no ar a questão (talvez a mais pertinente que o filme coloca) isto tudo afinal foi para quê? Na segunda metade, deixa então o lado político para tentar investir no lado humano, mas infelizmente umas quantas banalidades de planos ao pôr-do-sol e à lua cheia não chegam para se criar a intensidade que se pedia àquela relação. Ou, para um exemplo mais escandaloso, recorde-se a viagem até à Índia, cena essencial para começar a desenvolver a relação amorosa. E o que há a dizer sobre essa cena? Do mais pobre e ridículo a nível de encenação, um dos exemplos máximos do amadorismo do filme. De resto, as considerações sobre o amor em oposição à sua vontade de terminar o livro da sua vida são também do mais previsível e simplório, assim como as discussões com o duplo a esse respeito.
Tim Roth vai bem e faz o que pode, mas Coppola não o sabe aproveitar. Na verdade, nunca lhe é dada uma personagem a sério para defender. E o maior exemplo disso são os "poderes especiais" que a personagem adquire com a electricidade do raio que o atinge. Para se tornar credível, pedia-se uma exploração das causas desses poderes em si mesmo e nos que o rodeiam, e não que fossem usados pontualmente quando é necessário que a narrativa avance e tem que se ir buscar qualquer coisa (péssima cena da pistola).
Este regresso de Coppola ao cinema sai, pois, completamente ao lado do esperado. Tem que começar a controlar melhor a taxa de álcool do vinho que produz para ver se a quantidade de asneiras começa a diminuir. E aqui não falo apenas do cinema: os recentes comentários à revista Empire sobre Martin Scorsese são do mais triste que pode haver; bocas de fofocas e de mal-dizer ao nível das discussões do mais básico talk-show. Custa-me fazer tão duras críticas a um cineasta que tanto admiro, mas, para ser justo, não tenho alternativa. Resta-me esperar que Tetro, o próximo filme que tem agendado (2009), seja Coppola de regresso aos grandes filmes.
Publicada por Miguel Galrinho em 14:03 0 comentários
Etiquetas: Francis Ford Coppola, Youth Without Youth
11.11.07
A Mais Bela das Edições...
Publicada por Anonymous em 04:04 3 comentários
Etiquetas: Close Encounters of the Third Kind, Steven Spielberg
10.11.07
Gangster Limpinho
Não quer isto dizer que American Gangster seja desprovido de méritos. O filme de Ridley Scott é, na sua essência, uma história bem contada, oleada ao mais ínfimo pormenor para manter o motor narrativo a carburar a velocidade de cruzeiro e imperturbável por qualquer sobressalto. Por isso mesmo, os 157 minutos de duração do filme notam-se pouco. Mas, se o bem-fazer narrativo permite cumprir os mínimos de uma experiência agradável, a verdade é que pouco mais vi nesta obra. Por muito que a teia de acções esteja bem urdida, falta-lhe uma rede de relações que a acompanhe a cada momento, introduzindo real densidade Humana, transformando os personagens de meros portadores da história em verdadeiros Actores da mesma. Isso acontece de forma esparsa, reduzindo-se demasiadas vezes a caracterização dos personagens a meros episódios de contextualização, com dois os três diálogos muitas vezes ditos por personagens tipo cuja função se resume a isso.
A sensação de superficialidade é agravada quando passamos para a contextualização histórica e social. Não me refiro aqui, saliento, às liberdades criativas que foram tomadas em relação à true story referida no início, questão tantas vezes levantada nestes casos e que normalmente desvia o debate dos méritos da obra para questões laterais. Refiro-me à forma como é tratada a época e como os personagens e situações se incorporam e interagem com esta. E, se por um lado o filme faz questão de mostrar muitas coisas – a essência Americana, a Guerra do Vietname, a introdução de narcóticos nos Estados Unidos, a questão racial –, elas aparecem retratadas de uma forma não só óbvia, mas acima de tudo superficial. Mais uma vez, privilegiou-se um carácter factual, presente nos vários planos de bandeiras americanas, nos interlúdios televisivos de contextualização, no combate de boxe histórico entre Joe Frazier e Muhammad Ali ou até na sequência sensivelmente a meio do filme em que ao som de música da época (Across 110th Street de Bobby Womack, já usada em Jackie Brown) se acompanha o circuito da droga feita dinheiro das selvas do Vietname até às festas em apartamentos de luxo em Nova Iorque, em detrimento de um carácter vivencial que procure incorporar a época e os acontecimentos eles próprios como verdadeiros Actores da história. A somar a isto, ou porventura como consequência, acaba por sobressair uma sensação de excessiva reciclagem, como se estivesse perante a enésima versão da mesma história contada da mesma maneira.
American Gangster passa também como uma espécie de tentativa de best-off dos filmes do género. Inúmeros foram os filmes que me lembrou, de The Godfather a Goodfellas, de Scarface a Heat. Infelizmente, ao lembrar esses filmes, acaba por salientar a sua menoridade face aos mesmos, reforçando a perda de identidade própria na impossibilidade de recriar criativamente a inspiração que foi lá beber.
Deixo para o fim o melhor. De facto, o pouco algo mais que uma história bem contada que American Gangster trás não é tão pouco assim. É o que acaba por elevar o filme acima da mediania. Falo da personagem central, Frank Lucas, a única que tem uma verdadeira construção dramática (Richie Roberts, o seu contraponto policial, acaba, apesar de todos os esforços de Russell Crowe, por enfermar dos males descritos atrás) e sobretudo da sua encarnação por Denzel Washington. Actor que raramente falha, Washington tem aqui uma das suas mais monumentais criações. É certo que o personagem nunca poderia ficar imune à ecologia dramática que a rodeia, mas a força da interpretação de Denzel é de tal ordem que quase faz esquecer as limitações do argumento quando está em cena. É nomeação garantida, e mais do que merecida, para o Óscar que já ganhou por duas vezes.
American Gangster prometeu muito, mas não cumpriu a maioria do programa. Acabou por funcionar uma regra de mínimo denominador comum e o todo que fica é claramente inferior à soma das partes. Ou, numa outra perspectiva, talvez acabe por ser um filme que se identifica muito mais com a imagem de marca do seu produtor, Brian Grazer, do que com uma certa visceralidade característica dos filmes de Ridley Scott.
Publicada por Anonymous em 16:43 0 comentários
Etiquetas: American Gangster, Ridley Scott
Cativante!
Publicada por Anonymous em 02:31 1 comentários
Etiquetas: Francis Ford Coppola, Youth Without Youth